quinta-feira, novembro 02, 2006

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(foto tirada da net)

Deslumbrante - tal era a minha rua.
Os anos passaram. Aprendi um pouco, viagei muito, conheci outras luzes, isto é, de acordo com os céus, os sóis e os mares, distingui a gama incomparável das claridades tão necessárias ao homem como à planta. Mas nada, nem na natureza nem nos livros, me deixou na recordação esta sensação de brancura forte, implacável, imutável, do sol da "minha rua".
Sem dúvida tal deslumbramento era apenas interior ou existia, quando muito, nas metamorfoses da memória. Nunca pude assegurar-me da sua realidade. Mas esta saudação solar era a da própria vida. Tinha 10 anos, e pela primeira vez experimentava "a vida": anunciava-se por um ferimento inicial, do vegetal passava ao animal, ao bicho separado do bicho; e, porque eu era um filhote de homem e não um gatinho, uma lágrima acabava por se me secar no rosto.
Sim, "deslumbrante", com os seus edificios cinzentos que o sol pintava de branco, erva verde engastada nos paralelos nacarados, marcos que lhe preservavam a solidão. Deslumbrante ao ponto de fixar os instantâneos no negativo da memória. Para sempre! E volto a ver esse menino trémulo e puro enfrentando as primeiras tragédias, de pálpebras frementes, um certo bater do coração - não como se fosse eu mesmo mas como se se tratasse do meu próprio filho outrora dissolvido em excessos de luz branca. E todavia o mundo era tão alegre...
in, A Caixa de Fósforos, de Robert Sabatier

11 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

A tua rua era a minha... e tenho saudades desses velhos tempos em que podiamos brincar nela.
Agora as brincadeiras são outras e outros locais trambém... que saudades desses velhos tempos em que tudo era lindo, tão natural...

12:20 AM  
Blogger Verena Sánchez Doering disse...

recuerdos que siempre estaran
gracias amiga por tus saludos en donde Serrat canta y encanta
mil besitos y que estes muy bien
un abrazo



besos y sueños

2:06 AM  
Blogger Verena Sánchez Doering disse...

amiga gracias, desde Sucesos
a veces el alma duele y habla
mil besitos y mil gracias
mi abrazo y que estes bien



besos y sueños

2:07 AM  
Blogger conchita disse...

Nostalgia dos velhos tempos...

11:35 AM  
Blogger Deepak Gopi disse...

Hi:)

11:42 AM  
Blogger Sol disse...

Deslumbrante - tal era a minha rua.... jogar ao elástico, saltar a corda, jogar a barra, ao lencinho, berlindes, roubar fruta, apanhar gambozinos, etc...
ai, ai.. que nostalgia...

Beijinhos

12:09 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Q mágicas são as ruas da nossa infância e como é facil voltar lá sempre q quisermos, é só fechar os olhos e ...voilá!
Mtos bjinhos!

5:10 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Era tão bom chegar da escola, lanchar e ir brincar lá para fora.Eu gostava tanto de sentir o vento frio na cara. O Outono está diferente e nós também!
Beijinhos

5:21 PM  
Blogger Deepak Gopi disse...

Hi:)
Good morning & a nice week end'

8:55 AM  
Anonymous Anônimo disse...

pois eu nao tinha rua e era proibido brincar na estrada!e tambem que eu me lembre nao tinha ninguem com quem brincar!mas as minhas melhores lembranças de criança eram os beijinhos e os carrinhos que recebia da minha "mamie" e das tias!!!
beijinhos grandes de longe

11:12 AM  
Blogger clica no play disse...

ai rapariga :) posso te dar um conselho?, em vez de pores "foto tirada da net " poe a fonte, o local de onde tiraste pra nao te acontecer o que aconteceu a um familiar meu .
se colocares a fonte , tipo: foto pertencente......X em web e dizer o site, , isto pros direitos de autor nao te cairem em cima.
um abraço;) rui
depois de leres este post , apaga-o:)se entenderes.
cumprimentos grandes;)

7:57 PM  

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