quarta-feira, março 28, 2007

Esperança


(foto de Ana Kurika)



mando-te beijos pelo vento

que morada esteja certa

apanho as flores que tu gostas

entristece-me

ver a tua jarra deserta

deixa-me a tua porta encostada

quero tocar-te em silêncio

roubar-te ao corpo as palavras

sofro

pela tua porta fechada
in, Juntando as Letras, António Paiva
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Só para que saiba, que respeitamos o seu retiro, mas aguardamos o seu regresso!
Um beijo para ele
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segunda-feira, março 19, 2007

A linha do Tua


28 de Outubro de 1856. A data está marcada na História por ter sido neste dia que se realizou a primeira viagem de Comboio em Portugal. Foi há 150 anos que a primeira composição realizou o percurso entre Lisboa e o Carregado.
Nessa altura não havia estradas, nem sequer bons caminhos. Uma viagem de liteira, entre Lisboa e o Porto, demorava pelo menos 5 dias.

(foto da net)

E tudo isto começou com pequenas locomotivas movidas a vapor. Actualmente, a CP continua a manter em funcionamento, durante alguns meses do ano, um exemplar dessas locomotivas que transportaram milhares de pessoas ao longo do país.

(foto de Ana Kurika)

A viagem, realizada entre a estação da Régua e Tua, percorre as margens do Douro e transporta os passageiros numa verdadeira viagem no tempo.

(foto de Ana Kurika)
O Douro profundo, as vinhas e as montanhas geométricamente desenhadas pelos carreiros e socalcos das plantações dos variados vinhos característicos desta região, são uma constante e mostram-nos um pedaço da nossa imagem de marca. Douro. Vinho. Qualidade.


(foto de Ana Kurika)
Neste percurso de tamanha beleza, o comboio entra num tunel (foto abaixo) rompendo as entranhas da terra deixando os passageiros nas trevas por mais de 40 segundos. Tempo mais do que suficiente para dar o devido valor à luz que surge logo de seguida.
As encostas que se elevam nas duas margens, formam desenhos hipnóticos que dão a ilusão de ter sido traçados a régua e esquadro numa folha de papel.


(foto de Ana Kurika)


A paisagem é deslumbrante. O passeio pode ser de carro. Os ultimos acontecimentos arrefecem as vontades de viajar neste comboio. Em qualquer encosta encontramos uma Quinta com portão aberto, onde podemos espreitar e comprar uma iguaria deste lugar. Azeitonas. Vinho.
Diferentes gostos e bolsas. É para todos.
Mas, acima de tudo, este pedaço de maravilha é nosso.
Um beijo
Boa semana





quarta-feira, março 14, 2007

Aldeia do Piódão

Entre os morros da Serra do Açor, esconde-se uma aldeia de lousa e tradição. Piódão, ergue-se encosta acima, em becos estreitos e casas alinhadas com pequenas janelas de cor azul.


É aqui que se pode beber uma boa aguardente de mel ou provar mel com avelãs. E para quem vem à procura de desafios, os passeios pedestres ou de BTT podem tornar a visita ainda mais agradável.
A natureza ofereceu à aldeia toda a grandiosidade da Serra do Açor. A beleza é indiscritível. A água que corre no vale, que salta nas quedas de água, o som que emite no silêncio da serra e o ar puro que se respira não tem comparação.

É assim que se vive no Piódão. Entre um verde arrebatador e as casas de lousa. O traçado típico da arquitectura, a brancura da igreja medieval e a amabilidade das pessoas fica no coração, como uma paixão de amor. E no regresso, ao subir-se a estrada ingreme e serpenteante, leva-se na memória a calma e a beleza de uma aldeia histórica preservada pelo homem e pela natureza.



(fotos de Ana Kurika)
Mais parece uma aldeia de bonecas.
As cores e as formas do Piódão confundem-se com a paisagem da Serra do Açor.
Uma camuflagem que protege um tesouro que já foi chamado de "fim do mundo"...quando servia de esconderijo ao povo lusitano em fuga dos romanos.

Um beijo

Ana Kurika









sexta-feira, março 02, 2007

Momentos

(foto tirada da net)
Mais Alto
Mais alto, sim! Mais alto, mais além
do sonho, onde morar a dor da vida,
Até sair de mim! Ser a Perdida,
A que se não encontra! Aquela a quem
O mundo não conhece por Alguém!
Ser orgulho, ser águia na subida,
Até chegar a ser, entontecida,
Aquela que sonhou o meu desdém!
Mais alto, sim! Mais alto! A Intangível
Turris Ebúrnea erguida nos espaços,
A rutilante luz dum impossível!
Mais alto, sim! Mais alto! Onde couber
O mal da vida dentro dos meus braços,
Dos meus divinos braços de Mulher!
in Florbela Espanca
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